quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A MATEMÁTICA NA VIDA!


Multimeios na Educação Matemática

O uso dos Multimeios digitais como suporte metodológico no processo didático da Educação Matemática

Até a década de 1990, a grande maioria dos professores de matemática utilizava como suporte metodológico, na elaboração de suas atividades docentes, basicamente o livro didático. A fonte maior de informação, a partir do advento dos Multimeios digitais, foi virtualizada. Concomitantes a esse advento geraram-se resistências.
O processo de mudança no processo de ensino e aprendizagem é caracterizado por resistências, principalmente na inserção de novas tecnologias no processo educacional. Sancho (2001, p. 43) refere-se a essas resistências como tecnofobia.

O humano em geral resiste às mudanças. No meio educacional as mudanças estão além das inovações tecnológicas, elas devem ser explicadas de forma ampla pelos modelos antropológicos e culturais. A não linearidade e longa duração observadas nessas mudanças levam a construção de programas de formação que deverão incidir sobre a prática pedagógica. Segundo Sacristán (1995, p. 77) esses programas dividem-se em quatros grandes campos:
  • professor e a melhoria, ou a mudança, das condições de aprendizagem das relações sociais na sala de aula.
  • professor participando ativamente do desenvolvimento curricular, deixando de ser um mero consumidor.
  • professor participando e alterando as condições da escola.
  • professor participando na mudança do contexto extra-escolar.
Em minha caminhada profissional, e durante minha pesquisa de Mestrado, pude constatar que o uso do computador pelo professor de matemática é restrito e de baixa qualidade. Neste momento pretendemos nos ater ao uso como fonte de pesquisa e informação para potencializar o professor de matemática em sua trajetória acadêmico-didática.
A Internet possui uma gama de informações ampla e diversificada. A partir dessa constatação precisamos responder a algumas questões: Como realizar uma triagem dessas informações? Como utilizá-las de forma significativa no processo de ensino e aprendizagem?

Num primeiro instante, vale considerar que o processo ensino e aprendizagem não é estacionário, isto é, modifica-se em suas múltiplas variáveis e pode ser diferenciado, por exemplo, em cada prática pedagógica, ou interesse de investigação, mesmo se apoiado em teorias iguais ou análogas com direcionamentos sob uma determinada tendência da Educação Matemática. Na sociedade contemporânea, muito se tem discutido e pesquisado sobre essas diferenciações.
A subjetividade, elemento chave da pós-modernidade, nos remete ao sujeito e suas diversidades. O padrão analítico do conhecimento inerte e pronto se desconfigura, pois agora o conhecimento é construído por um sujeito aprendiz atuante, e o objeto – o conhecimento – está sempre em construção, modificando-se. Este novo caminho de pensar o sujeito, o objeto e suas interações têm levado alguns dos pesquisadores a realizar profundas análises sobre esta temática.
O papel do professor no processo ensino e aprendizagem vêm mudando ao longo dos tempos, sendo que, na atualidade, é praticamente um consenso que o professor deve ser um “articulador habilidoso” do saber, respeitando em suas estratégias de ensino a pluralidade cultural, e a multiplicidade de apanhamentos do saber existente no grupo de alunos. Como orientação o Ministério da Educação do Governo Federal do Brasil, sugere que:

"Numa perspectiva de trabalho em que se considere a criança como protagonista da construção de sua aprendizagem, o papel do professor ganha novas dimensões. Uma faceta desse papel é a de organizador da aprendizagem [...] o professor também é consultor nesse processo [...] mediador, ao promover a confrontação das propostas dos alunos [...] controlador ao estabelecer as condições para a realização das atividades, sem esquecer de dar o tempo necessário aos alunos [...] incentivador de aprendizagem" [...] (PCN, 2000, p. 40-41).


Profº. Ms. Eduardo Vianna Gaudio
UFES / UNIVILA
Vitória/ES

Matemática e Linguagem: um diálogo possível e promissor

Um olhar sobre a matemática, a escola e a sociedade


No nosso dia-a-dia, nas salas de aula, em nossas casas, nas mesas de bares, nos mais diversos lugares, torna-se “lugar comum” ouvirmos comentários do tipo: “A matemática é pra poucos”, “A matemática é abstrata”, ”A matemática é a ciência exata”, “A matemática desenvolve o raciocínio lógico”. Até nos acostumaríamos com essas frases, se elas não nos doessem, nos gritassem e nos indicassem os sintomas de algo crônico e profundo. Como uma ferida cálida a nos incomodar. E, talvez o pior, é bem provável que pratiquemos essas idéias, ou talvez venhamos a praticá-las.
O que é verdade? O que é mito? Todos temos condições de aprender matemática? Ou realmente só alguns poucos? Muitas dessas afirmações já estão no inconsciente coletivo e popular, e são tidas como verdades absolutas, quando na verdade são frases ditas ao vento, vazias de significado se olhadas à luz de um espírito científico. Alguns de nós professores, mesmo sendo comprometidos com o ensino, acabamos acreditando nelas, e infelizmente acabamos por pautar nosso trabalho, com essa perspectiva, com esse olhar.
Parece-me bom e cômodo ensinar matemática, ou qualquer outro conteúdo, pra quem aprende com facilidade. Mas por que alguns têm facilidade em aprender e outros não? Essa é umas das questões relevantes, que urgem por nossa reflexão.
É comum ouvirmos a frase: “Ah! Professor não levo jeito pra Matemática”, justificando fracasso em provas ou não compreensão de um ou outro assunto da Matemática. Esse “não levo jeito” quer significar: “não tenho aptidão”. Será inata, essa aptidão? Pessoas têm ou não aptidão para a Música, para a Poesia. Mas, diferentemente da Matemática, Música e Poesia, ou qualquer outra atividade que supostamente exija aptidão específica, não são ensinadas compulsória e indiscriminadamente a todas as pessoas, em todas as escolas.
O que vemos é a confusão entre “interesse” e “aptidão” para a Matemática. Esse interesse pode ser: construído, alicerçado e desenvolvido. O professor, munido da linguagem adequada, sensibilidade, boa vontade, paciência e dedicação, pode gradativamente levar seus alunos a elevados níveis de conhecimento matemático e a uma utilização sistemática desse conhecimento. E até mesmo em alguns casos, a Matemáticos ou professores de Matemática, dependendo dos respectivos “interesses”, não “aptidões”.
A dificuldade em aprender está também no ambiente “escola”. Do contrário, tanta gente não aprenderia, em outros espaços, a lidar com valores monetários (ambulantes), com geometria (pedreiros), estando distantes da escola. Quaisquer que sejam as respostas àquelas questões, se houverem, valerão a pena. Entender os motivos dessa aversão à matemática e à escola será um primeiro passo, dos muitos que precisam ser dados no sentido conhecer essa “moléstia’ e tentar sua cura, que é transformar nossas escolas, torná-las eficientes, torná-las públicas (no sentido lato da palavra), uma escola de todos e para todos. Professores, pesquisadores, estudiosos, educadores de um modo geral saem com ganhos em suas diversas áreas de atuação, se buscarem o cerne dessas e de outras questões, se não se prenderem a preconceitos, se pautarem suas práticas na busca de soluções, se pautarem suas práticas na busca de um sonho possível, a nossa educação básica, por que não de nossa escola pública.
Ivanil do Carmo Silva Gomes é licenciado em Matemática pela UFMG.

A Fundamentação Didática no Ensino da Matemática

"A Matemática, quando a compreendemos bem, possui não somente a verdade, mas também a suprema beleza". (Bertrand Russel)

A matemática é uma ciência muito complexa por ser exata. A ciência exata requer atenção especial e disciplina na sua aplicação, o que faz com que muitos alunos apresentem dificuldade no momento da sua aprendizagem e execução.
O lúdico no ensino da matemática geraria descontração no modo de utilizar a atenção do aluno na prática da matemática, ou seja, em vez de fazer com que o aluno "decore" fórmulas matemáticas para tirar boas notas numa prova e esquecer de tudo o que estudou dois dias depois, ensinar a ele que na prática, aquilo que estudou serve para alguma coisa.
Por exemplo: centralizar um quadro na parede, medir a área do seu quintal para distribuir hortaliças em pequenos retângulos ou outras formas que lhe vier na imaginação, economizar custos no fim do mês e até projetar num futuro próximo sua própria casa.
Para quem está ingressando no quinto ano do ensino fundamental a dificuldade de absorção das informações pertinentes a matemática aumenta de forma que começa a complicar a evolução do aluno no que diz respeito as notas obtidas nas provas práticas.
Professores que identificaram esse problema através de estudos científicos e pesquisas de campo, foram capazes de diagnosticar que as principais dificuldades são decorrentes das metodologias retrogradas utilizadas em sala de aula.
Muitos recursos e metodologias estão sendo desenvolvidos para mudar esse quadro e transmitir os ensinamentos da matemática de forma prazerosa e capaz de apresentar resultados significativos no que diz respeito ao desenvolvimento do aluno em relação à aprendizagem e satisfação pessoal em querer aprender de forma interessante e eficaz.

"Ensinar Matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós, como educadores matemáticos, devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem, desenvolver a autoconfiança, a organização, a concentração, estimulando a socialização e aumentando as interações do indivíduo com outras pessoas".
( Sandra Alves de Oliveira, pedagoga e especialista em Matemática e Estatística, professora no Departamento de Educação de Guanambi, BA, Uneb. Endereço eletrônico: soliveira4@hotmail.com Artigo publicado na edição nº 377, jornal Mundo Jovem, junho de 2007, página 5.)